Olá gente, hoje resolvi publicar uma máteria que saiu na revista Nova Escola em maio de 2012. Achei bastante interessante o projeto chamado Planeta Sustentável
que
é o primeiro projeto liderado por uma grande empresa de comunicação a
debater, informar e produzir conhecimento sobre Sustentabilidade de
maneira sistemática para os mais diversos públicos. Com o apoio das
empresas parceiras CPFL Energia, Bunge, SABESP, Petrobras, Grupo Camargo
Corrêa e CAIXA, este movimento lançado pela Editora Abril combina um detalhado planejamento anual à realização de novas ações
para atender esta missão: disseminar informação e referências sobre
sustentabilidade. Com isso a Nova escola decidiu colocar na capa o tema Sustentabilidade, ela te tudo a ver com Educação e influencia nosso modo de viver. Na máteria vão ser abordadas cinco escolas que abraçaram a ideia.
Você faz, o Planeta sente
Para garantir o bem-estar da humanidade, são necessárias novas
maneiras de pensar e de agir. Dar o primeiro passo é essencial para que o
mundo seja mais justo e o meio ambiente equilibrado. Você e a escola
têm tudo a ver com isso. O termo sustentabilidade tem se tornado cada vez mais popular,
especialmente no mundo dos negócios. Você já viu anúncios em que
empresas alardeiam medidas nesse campo procurando ser vistas como
instituições preocupadas com nosso planeta, não é mesmo? Mas a questão é
bem mais abrangente - e tem tudo a ver com você e com a Educação. Um
dos preceitos básicos da sustentabilidade é a relação entre as coisas.
As ações de cada um repercutem na família e, em cadeia, na escola, no
bairro, na cidade, no país e no mundo. Como diz o fisico austríaco Fritjof Capra "A sustentabilidade não é uma propriedade individual, mas de uma teia completa de relacionamentos".
Outro item pode ser acrescentado à lista é: a mudança de atitude. "O
redimensionamento dos princípios ou valores humanos é essencial para que
mais pessoas vivam num ambiente harmônico e respeitoso", diz Andrée de
Ridder Vieira, coordenadora geral do Instituto Supereco, em São Paulo.
As cinco escolas apresentadas nesta reportagem exemplificam bem essa
diversidade ao implementar iniciativas relacionadas ao cuidado com
crianças de creche e pré-escola, à resolução de conflitos, ao uso
negociado do espaço, ao combate ao desperdício de merenda e à redução no
valor da conta de energia elétrica. Embora elas tenham surgido em
resposta a demandas específicas, os projetos resultaram em mudanças de
atitude, com reflexos nos campos econômico e social, entre outros.
A seguir vamos mostras as cinco escolas que abraçaram essa ideia.
1 - Sem acidentes com as crianças A escolaNa
creche Amália Bondesan dos Santos, da rede conveniada da prefeitura de
São José dos Campos, a 102 quilômetros de São Paulo, os ambientes são
organizados visando a aprendizagem e o bem-estar das crianças. A
prevenção de acidentes faz parte das formações da Secretaria Municipal
de Educação e das orientações da direção à equipe.
Problema Quando
alguma criança se machucava na creche, os pais cobravam um cuidado
maior por parte das educadoras e ficavam assustados com casos de maus
tratos divulgados pela imprensa - assim como os pequenos, que desenhavam
cenas de acidentes.
Ação A
equipe pedagógica passou a mapear as ocorrências: durante o ano de
2011, houve cinco acidentes nas dependências da instituição. Em casa,
foram 27, de setembro a dezembro.
Mudança de atitude A
impressão de que os pequenos se machucavam muito na creche mudou quando
se constatou que, embora permanecessem dez horas diárias ali, poucos
acidentes ocorriam. "Os pais passaram a respeitar ainda mais o
profissionalismo e o cuidado dos professores em relação a seus filhos",
diz a diretora Clenilda Fernandes Naressi Machado.
DesdobramentosAinda por fazer A escola vai organizar reuniões com os pais para que pensem nas melhores maneiras de evitar acidentes em casa.
Mais informação No
momento da matrícula, a escola divulga às famílias recém-chegadas o
trabalho já realizado e o que se planeja para o período seguinte.
Troca de experiências Faz
parte da rotina dos diretores visitar outras escolas uma vez por mês,
por recomendação da Secretaria de Educação, para contar como se
organizam ou lidam com problemas do dia a dia. Nesses encontros, o
trabalho de prevenção de acidentes será divulgado.
Para além da escola A
atenção redobrada dos professores com relação às crianças - que se
reflete na qualidade de vida das famílias - tem impactos econômicos e
sociais. Com a diminuição dos atendimentos feitos pela área da Saúde,
poupam-se recursos que podem ser mais bem investidos. "O cuidado é a
coisa mais sustentável que existe em todos os níveis. Podemos não
conseguir salvar o planeta, mas cuidar dele sim", explica Rachel
Trajber, do Instituto Marina Silva.
2- O que vai para o prato e para o lixoA escola Em
2010, a Escola Menino Deus, em Lucas do Rio Verde, a 364 quilômetros de
Cuiabá, pensou no que fazer com as sobras de alimentos desperdiçados na
merenda.
Problema A escola calculou a quantidade de comida jogada fora. As pessoas se espantaram com o resultado: eram 20 quilos diariamente.
Ação A
professora do 4º ano Anair Bongiovani baseou-se nessa questão para
propor cálculos matemáticos - quanto uma pessoa come por dia - e ensinar
a construção de gráficos e tabelas. A turma apresentou os dados aos
colegas e indicou que deveriam avaliar a quantidade de alimento colocado
nos pratos. Em pouco tempo, o desperdício diário diminuiu para 2
quilos.
Mudança de atitude Nas
refeições, as crianças aprenderam a se servir considerando apenas o que
vão comer. O 4º ano passou a fazer visitas regulares às outras turmas
para alertar sobre as melhores atitudes em relação à alimentação. "O
professor deve orientar a transformação da realidade, a construção de
novos caminhos e a reorganização dos rumos", diz Anair.
Desdobramento - Chega de desperdício Cuidado constante
Em 2011, o desperdício não foi tratado durante as aulas e os alimentos
voltaram a ser jogados fora. Por isso, neste ano, Anair incluiu de novo
no seu planejamento o contexto da merenda para ensinar gráficos e
tabelas e as crianças voltaram a fazer a campanha com os colegas. A
escola tem mais um antigo plano: construir uma composteira (para
transformar o alimento descartado em adubo) e uma horta.
Para além da escola É
essencial considerar também as consequências que os hábitos alimentares
trazem para a população. "A escolha do que comer tem mais de uma
implicação. Não basta substituir uma comida por outra na escola. Esse
diálogo precisa ir para casa e influenciar uma rede de pessoas", explica
Sérgio Esteves, diretor da AMCE Negócios Sustentáveis, na capital
paulista. Para a Economia, adquirir alimentos produzidos na própria
cidade impacta o desenvolvimento local. O meio ambiente se beneficia com
a diminuição do percurso dos caminhões que transportam os produtos.
3- Para cada problema uma discussão